Luiz Inácio Lula da Silva e Rosângela da Silva, a Janja, casaram-se na noite desta quarta-feira (18), em São Paulo. A cerimônia foi fechada. Contudo, pelas redes sociais, foram transmitidos alguns momentos da chegada de convidados ao evento. A cerimônia foi conduzida pelo bispo emérito de Blumenau (SC), dom Angélico Sândalo Bernardino, um velho amigo de Lula. “Amai-vos uns e não armai-vos”, costuma dizer. Janja comemorou o dia. “Ninguém mais feliz que eu e você. Hoje é dia de celebrar o nosso amor. Que o vento venha nos abençoar e carregar todo mal para longe de nós!”
Janja é socióloga formada na Universidade Federal do Paraná e militante do PT desde 1983. O relacionamento deles veio a público em 2019, durante a prisão do ex-presidente na Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. Lula foi encarcerado pelo então juiz Sergio Moro, que foi declarado suspeito pela Justiça brasileira e pela ONU por sua ação contra Lula. Moro foi ministro de Bolsonaro após garantir que o petista não disputasse o pleito em 2018.
O PT, que tem Lula entre seus fundadores, em 1981, se manifestou sobre a data. “Em um Brasil assolado pelo ódio, o desrespeito, a intriga, manifestar o amor é um ato de coragem, um ato necessário para o país. Felicidades para nosso presidente Lula e para nossa querida Janja! O Brasil vai voltar a ser o país do amor e da esperança”, disse o partido em nota. Desde que o relacionamento se tornou público, não houve um discurso em que Lula não aproveitasse a oportunidade para se declarar.
O casamento recebeu 150 convidados, e todas as despesas serão pagas com recursos próprios. Entre os convidados para a cerimônia, estão: o músico, ex-ministro e membro da Academia Brasileira de Letras Gilberto Gil, sua filha Bela Gil, chef de cozinha, o economista e ex-BBB Gil do Vigor, o fotógrafo e amigo de Lula Ricardo Stuckert, a sambista Teresa Cristina e o jurista Augusto de Arruda Botelho, entre outros diferentes nomes da arte e da política.
Vestida pra casar
As atenções também foram voltadas para o vestido da noiva, que foi dado a Janja de presente pelas estilistas Helô Rocha e Camila Pedrosa. A peça foi bordada por profissionais cooperativadas de Timbaúba dos Batistas (RN). “O compromisso de ambos revela também o compromisso fundamental do Brasil do trabalho e da cultura”, afirma comunicado de Lula.
“Simbolo da união de uma vida pela responsabilidade com os trabalhadores (…) Reconhecidas mundialmente pela originalidade, excelência e cuidado com o trabalho, as artesãs do Seridó sobrevivem por meio de um trabalho em cooperativa nascido através da cultura popular da região. Durante seus mandatos, Lula criou diversas políticas de geração de empregos e inclusão social, entre elas o estímulo ao trabalho das cooperativas”, continua o comunicado.
Desta forma, torna-se simbólico o vestido trabalhado por estas artesãs, e usado por Janja, que marcam uma política de estímulo à cultura e ao trabalho justo, honesto e criativo. “Seus governos (dirigindo-se a Lula) forneceram condições para que os trabalhos de cooperativados de preservação cultural encontrassem subsistência contribuindo imensamente para que o Brasil saísse da situação de insegurança econômica histórica”, explica. Um dos resultados destes trabalhos foi a retirada do Brasil do Mapa da Fome da ONU, para onde voltou sob comando de Jair Bolsonaro.
“Ao se casarem com um vestido feito por uma cooperativa de artesãs de fundamental importância cultural, Janja e Lula acenam para o amor que têm pelo Brasil, pela cultura e pelo trabalhador. É como a gente sempre diz, o amor vai vencer o ódio”, completa o informe.