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16/11/2021 às 23h47min - Atualizada em 16/11/2021 às 23h47min

Vacinação de crianças provoca expectativa e alívio, mas ainda gera dúvidas entre pais

Por: Redação
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Com o início da vacinação de crianças acima de cinco anos nos Estados Unidos, a expectativa de pais e profissionais da saúde brasileiros é de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também aprove a aplicação do imunizante neste público.

Em Alagoas, até a última sexta-feira (12), 29 crianças de até nove anos morreram em decorrência da Covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020.

O imunologista Marcos Gonçalves explicou que a dose usada nas crianças dessa faixa etária é o equivalente a um terço da usada em adultos, já que a resposta imunológica é melhor nos mais jovens.

Em relação aos efeitos adversos, esclareceu que são os mesmos encontrados em adultos também. “Esses efeitos duram cerca de 12  a 24 horas após a vacinação e podem ser: febre, dor no local da aplicação, eritema (vermelhidão) no local da aplicação, dor no corpo, calafrio”.

O médico reforça que o imunizante da Pfizer, o único aprovado para crianças, é seguro e passa por rigorosos critérios de avaliação antes de ser aprovado.

“Existe um critério muito rigoroso das agências de vigilância sanitária dos países para liberar um certo tipo de medicamento, uma nova droga ou até mesmo um imunobiológico, que é o caso da vacina. Então, para conseguir diminuir a faixa etária, o critério é ainda mais rigoroso do que o usado para uma faixa etária maior, porque a gente está lidando com crianças”, explicou.

Gonçalves conta que o imunizante foi administrado em diversas crianças e não houve diferença nenhuma, em relação aos efeitos adversos, comparado às faixas etárias maiores de 12 anos e em adultos.

Ele acrescentou que a Pfizer também está realizando testes em crianças com menor faixa etária, “então provavelmente a partir de um ano de idade essa vacina poderá ser, futuramente, liberada”.

“A dose usada nessa faixa etária entre um e quatro anos de idade é ainda menor, chega a ser um décimo da vacina aplicada no adulto”, observou.

Alívio

A estudante Rosa Luna, 40 anos, afirma que pretende vacinar sua filha Maria Gabriela, de cinco anos, contra a Covid-19. “Se houver a aprovação da Anvisa e reconhecimento médico, junto com a pediatra deles, vacinarei”, falou.

Ela conta que todas as vacinas de Gabriela estão em dia, assim como de seu filho Miguel, de 9 meses. “Nunca me opus em vaciná-los, tendo em vista a importância da vacinação”.

“Algumas pessoas do meu ciclo de amizade tiveram Covid-19, umas chegaram a óbito, mas tentamos não expor tamanha gravidade a ela, por se tratar de uma criança de cinco anos. Quando dizíamos que alguém pegou Covid, ela dizia: ‘é por que ele fica na rua sem máscara, mamãe’”, disse.

Rosa disse que está aliviada com a possibilidade de vacinar a filha, pois em sua casa apenas as duas crianças não estão vacinadas. Ela falou que isso iria aliviar a “culpa” de quando sai de casa, ao perceber que eles não estão imunizados.

Esperança

A policial militar Pamela Polyana, de 37 anos, afirma que confia em vacinar seu filho, Arthur, de quase 10 anos, contra a Covid-19 e enfatiza que não vê a hora do momento chegar.

Sobre a vacinação da Pfizer em crianças em outros países, Pâmela diz se sentir esperançosa e como se a vida estivesse, aos poucos, voltando a normalidade, com mais segurança, em especial porque os menores não conseguem se manter socialmente distantes.

“Principalmente com a volta às aulas presenciais e as crianças, que não têm noção de distanciamento, onde tudo é compartilhado, tocado, provado e dividido. Então com a vacina vem a proteção e a tranquilidade de que ficaremos bem e protegidos”, ressalta.

Ela relata que, no início da pandemia, seu filho Arthur ficou bastante assustado e temia que, se contraísse a doença, iria morrer. Além disso, o pequeno também fazia desenho com os dizeres: “xô corona!”. A princípio, ele ficava aflito quando precisava sair de casa ou quando os adultos à sua volta o faziam.

A pandemia afetou as atividades pessoais do pequeno Arthur, ele precisou se adaptar às aulas em formato remoto, teve que parar de ir ao judô, futsal, inglês e até mesmo ir brincar na área comum de seu prédio com as outras crianças. Sua alimentação também mudou muito e a falta de atividades físicas o fez ficar um pouco acima do peso. “Agora, com a maioria dos adultos vacinados, a vida aos poucos vai voltando ao normal com a possibilidade das crianças serem vacinadas será uma maravilha”.

A militar também garante que vacina seu filho regularmente e que ele tem a caderneta de imunização em dia. “Nunca me opus a vacinar e sempre achei a forma ideal de nos protegermos. Inclusive meu filho no último surto de sarampo, contraiu a doença mesmo sendo vacinado. Porém ela se desenvolveu de forma branda, devido aos anticorpos que ele já possui. Comprovando para mim a importância de ser vacinado”, frisa.

Dois parentes de Arthur foram contaminados pelo novo coronavírus: seu pai, que mora em outra residência, e sua prima, que também é sua vizinha. Em ambos os casos, os sintomas foram leves, o menino, entretanto, estava apreensivo e ansioso, mas foi tranquilizado pelos demais familiares.

Avanço

Para o infectologista Renê Oliveira, a vacinação para crianças entre cinco a 11 anos é um avanço extremamente positivo, pois há um grande número de pessoas desta faixa etária que foi acometida pela Covid-19. Ele lembra que as crianças também podem se contaminar pelo vírus.

“As crianças estão aptas a ‘pegar’ Covid-19, e vacinar esta faixa-etária eu acredito que trará uma tranquilidade maior para os pais, que precisam levar seus filhos para as escolas e outros locais”, reforça.

Ainda segundo o especialista, crianças menores de cinco anos também devem ser contempladas com as vacinas em breve, assim que os testes se encerrarem.

Sobre as possíveis reações à vacina Pfizer, a única que pode ser aplicada em crianças, devem ser similares às que foram relatadas pelos adultos: dor no local e indisposição, o que pode acontecer com qualquer tipo de vacina. Renê esclarece que o problema maior em relação à Pfizer foi entre os adolescentes, que em poucos casos geraram problemas.

Renê prevê que as doses sejam liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária até o final deste ano, pois a Pfizer já realizou a solicitação para vacinar esta faixa etária. “Provavelmente no começo do próximo ano as crianças comecem a ser vacinadas”, ressalta.

O médico explica, também, que a dose desta faixa etária, apesar de ser um terço menor que a aplicada em adultos, não representa uma diferença na imunização, apenas reflete na massa corporal significativamente menor das crianças.  

Fonte: Cadaminuto


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