17/11/2021 às 22h28min - Atualizada em 17/11/2021 às 22h28min

EM FUNCIONAMENTO HÁ UM MÊS, AMBULATÓRIO PÓS-AVC DO HOSPITAL METROPOLITANO REFORÇA O TRATAMENTO DOS PACIENTES

Com o objetivo de realizar a reabilitação dos internados, unidade tem capacidade de atender seis pessoas por semana; 19 já receberam assistência nos primeiros 30 dias de implantação

Por: Redação - Rodrigo Gomes
Rede alagoana de notícia

Inaugurado há pouco mais de um mês com o intuito de dar continuidade ao tratamento dos pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), o Ambulatório Pós-AVC já atendeu 19 pacientes e tem capacidade para atender seis pessoas por semana. Localizado no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió, no bairro Cidade Universitária, o serviço conta com equipe multiprofissional e contempla os pacientes do Programa AVC Dá Sinais que ficaram internados no HMA.

O objetivo do Ambulatório Pós-AVC é realizar a reabilitação dos pacientes, uma vez que o AVC pode deixar graves sequelas neurológicas, como dificuldade em falar, dificuldade em deglutir e desequilíbrio. Além disso, a continuidade do tratamento no ambulatório é importante para impedir a recorrência de um novo evento.

João Manuel da Silva Filho, 57 anos, sofreu um AVC no dia 17 de setembro e precisou ficar internado no Hospital Metropolitano de Alagoas. Ele chegou ao hospital sem conseguir falar, com o lado direito paralisado e a pressão alta. No hospital, a equipe da Unidade de AVC realizou um procedimento chamado trombólise para a dissolução do coágulo que estava provocando o AVC e João Manuel recebeu alta no dia 22 do mesmo mês.

Sua filha, Rayane Daniele Rodrigues da Silva, 21 anos, professora de língua portuguesa, explica que o atendimento do Ambulatório Pós-AVC do HMA está sendo essencial para a recuperação do seu pai. “Todos os profissionais foram muito prestativos e focados na recuperação do meu pai. Sempre que eu ia visitá-lo, sabia de todas as informações detalhadamente e pude observar de perto o tratamento maravilhoso e o cuidado com ele. Inclusive, gostaria de parabenizar toda equipe e dizer que meu pai e eu ficamos muito felizes e gratos por tudo”, afirma Rayane.

“Ele está se recuperando bem. Fomos para o retorno com a fonoaudióloga, fisioterapeuta e neurologista, no dia 21 de outubro, e elas ficaram surpresas com a recuperação dele. Meu pai já fala bem, já anda, mexe a mão e os dedos”, comemora Rayane.

 

 
 

 

Rebeca Teixeira, neurologista vascular e supervisora da Unidade de AVC do HMA, esclarece que o ambulatório conta com neurologista vascular, fisioterapeuta, fonoaudióloga e enfermeira. “Além da solicitação de exames de investigação, aferição de pressão e glicemia, contamos com auxílio e orientações para os pacientes e familiares sobre os cuidados e o que eles podem fazer para ajudar na reabilitação desses pacientes”, esclarece Rebeca.

“O número de faltas é bem pequeno, os pacientes têm voltado com evolução muito boa, aderentes às medicações utilizadas e determinados a mudar alguns hábitos de vida para reduzir o risco de um novo AVC”, afirma a médica.

Programa AVC Dá Sinais – O Programa criado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) presta atendimento aos pacientes acometidos pelo AVC agudo em Alagoas. O AVC Dá Sinais é pioneiro no Brasil e conta com aplicativo de telemedicina, quatro hospitais de referência (todos com tomógrafo) e equipe capacitada a realizar a trombólise e a trombectomia mecânica, que são as duas terapias reperfusionais ponto-chave para evitar a morte e as graves sequelas. A trombólise é a injeção de uma medicação para a dissolução do coágulo e a trombectomia mecânica é a retirada do coágulo que está obstruindo o vaso, através de uma punção feita na veia femoral ou radial com o uso de um cateter.

Vale lembrar que a janela de tempo para a trombólise é de quatro horas e meia do início dos sintomas. Depois desse tempo até a oitava hora do início dos sintomas, faz-se a trombectomia mecânica. E quando o paciente procura ajuda fora da janela de tempo ideal, outras condutas são definidas pela equipe.

Em pouco mais de dois meses de implantação do Programa AVC Dá Sinais, foram discutidos 383 casos pelo aplicativo. Foram realizadas 13 trombectomias mecânicas e 50 trombólises. Importante ressaltar que nem todos os casos discutidos pelo aplicativo são AVC, alguns acabam sendo casos de hipoglicemia, crise convulsiva, ou até pico pressórico.

Sobre o AVC – O Acidente Vascular Cerebral é uma doença cerebrovascular caracterizada por uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral, que compromete a circulação de sangue em alguma região do cérebro. Isso ocorre por um entupimento ou vazamento nas artérias.

Os sintomas do AVC são alteração da fala e do movimento dos membros, tontura, dor de cabeça repentina, náuseas, vômitos, rebaixamento do nível de consciência e sonolência, dormência nos braços e pernas e boca torta ao falar ou sorrir. Caso sejam identificados esses sintomas, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), cujo número é 192, deve ser acionado imediatamente. Mas, o paciente pode também se dirigir a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou diretamente a um dos hospitais de referência, desde que seja porta de entrada.

Como prevenir o AVC – Para prevenir o AVC, os fatores de risco devem estar sob controle, além do acompanhamento médico regular. Dessa forma é importante:

– Ter o controle da hipertensão arterial;

– Fazer o tratamento do diabetes;

– Reduzir os níveis de colesterol;

– Praticar regularmente exercícios físicos;

– Não fumar ou parar de fumar;

– Não fazer uso de drogas ilícitas;

– Realizar o tratamento da síndrome da apneia do sono.

 

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