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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou nesta terça-feira, 30 de novembro, dois possíveis casos da variante ômicron no Brasil, segundo afirmou a entidade em nota. Os resultados ainda são preliminares e passarão por outra análise laboratorial. O sequenciamento genético foi feito pelo Hospital Albert Einstein, que notificou à Anvisa nesta segunda-feira, 29 de novembro, e será confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz. Se a próxima análise indicar a variante ômicron, serão os primeiros casos da ômicron, detectada na semana passada na África do Sul, identificados em solo brasileiro.
De acordo com a Anvisa, os dois brasileiros possivelmente infectados com a ômicron são um homem e uma mulher casados. O primeiro desembarcou em Guarulhos (SP) em 23 de novembro, um dia antes do alerta mundial sobre a variante ômicron, apresentando um teste RT-PCR negativo. Dois dias depois, em 25 de novembro, ele e sua esposa buscaram o laboratório localizado no aeroporto de Guarulhos para realizar o teste requerido para retornar à África do Sul. Ambos testaram então positivo e o resultado foi comunicado ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) de São Paulo.
A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou a informação. “Diante do diagnóstico positivo, o casal foi orientado a permanecer em isolamento domiciliar. Ambos estão sob monitoramento das Vigilâncias estadual e municipal de São Paulo, juntamente com seus respectivos familiares”, afirmou. O Governo do Estado também frisou que “a responsabilidade no monitoramento nos aeroportos é da Anvisa e, até o momento, o Governo Federal não exige comprovante de vacinação contra covid-19 de viajantes estrangeiros para entrada no país”. A gestão João Doria (PSDB) também assegurou ter solicitado um novo parecer ao comitê científico que assessora o tucano para avaliar o cancelamento da flexibilização do uso de máscaras em ambientes abertos, prevista para acontecer em 11 de dezembro. O documento deve ficar pronto na próxima semana.
O surgimento da variante ômicron foi motivo de alerta no mundo inteiro, inclusive nos países com campanha de vacinação avançada. A nova cepa foi identificada na África do Sul na semana passada, fazendo com que a Europa, os Estados Unidos e o próprio Brasil fechassem suas fronteiras para países da região sul do continente africano. Contudo, a Holanda confirmou que a nova mutação já estava presente em seu território antes dos primeiros casos serem detectados pela África do Sul.
Ainda se sabe pouco sobre a ômicron, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira em documento técnico que o risco global da ômicron “é avaliado como muito alto” e demanda precauções extremas. Autoridades dão por certo que a transmissão ocorre de forma rápida, mas ainda não se sabe da gravidade das infecções nem se as vacinas atuais são eficazes contra a nova variante —embora as farmacêuticas já estejam buscando adaptar os imunizantes à nova cepa. Países como Canadá, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Portugal, Itália e Alemanha já identificaram a presença da Ômicron em seus respectivos territórios.
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