O virologista e coordenador do laboratório de biologia molecular da UFRJ, Amílcar Tanuri, comentou a declaração do presidente Jair Bolsonaro que chamou os técnicos da Anvisa de "tarados por vacinas". "Temos 120 milhões de tarados por vacinas e eu sou um deles", afirmou em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira (7).
"Eu peço que os pais pensem o seguinte: trezentas mortes e eu acho que quase sessenta mil internações. Para um país igual ao Brasil é muito. Nós não podemos aceitar isso. Isso não é admissível em nenhum país", completou o virologista.
Ainda na entrevista, Tanuri fez um apelo para que os pais levem seus filhos para vacinarem.
Na quinta-feira (6), o Ministério da Saúde voltou atrás e anunciou que não vai mais exigir que os pais e responsáveis apresentem um pedido médico para vacinar crianças de 5 a 11 anos.
A imunização irá começar ainda neste mês, quando também chegarão as doses da Pfizer, e será feita de forma decrescente. Os primeiros a serem imunizados serão os de 11 anos até chegar aos de 5 anos com prioridade para as crianças com comorbidades. O intervalo entre as doses será de 8 semanas.
Apesar de não ser necessária a autorização médica, a Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite, disse que os pais devem procurar os médicos antes de levarem as crianças para serem vacinadas. Segundo ela, as crianças estão em "pleno desenvolvimento" e, por isso, "o cuidado tem que ser muito maior".
Em relação ao cronograma de entregas das doses, o Ministério da Saúde informou que serão garantidas 3,7 milhões em janeiro e, no total, até o fim do primeiro trimestre, 20 milhões deverão estar disponíveis.