Maioria dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes é cometida no ambiente doméstico, por pessoas do relacionamento direto da vítima
Everton Dimoni / Ascom Seprev
O mês de maio é marcado pelo combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, e a campanha nacional Maio Laranja motiva a conscientização da população sobre o tema, contemplando, inclusive, as formas de identificar e denunciar casos desse tipo.
Para facilitar a identificação desse tipo de violência, a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) alerta para alguns sinais e mudanças comportamentais que precisam ser entendidos por quem mantém o convívio diário com a vítima.
Segundo a superintendente da Criança e do Adolescente da Seprev, a psicóloga Samylla Gouveia, o primeiro sinal a ser observado é uma possível mudança no padrão de comportamento das crianças, facilmente perceptível, pois costuma ocorrer de maneira repentina.
“Se a criança nunca agiu de determinada forma e muda de repente, se começa a apresentar medos que não tinha antes, como medo do escuro, medo de ficar sozinha ou medo de ficar perto de determinadas pessoas, tudo isso pode ser um sinal. Mudanças extremas no humor também são um alerta: retraimento e extroversão, agressividade repentina, vergonha excessiva, medo ou pânico. Em algumas situações, a mudança de comportamento é em relação a uma pessoa, atividade ou local específico e costuma ocorrer de maneira imediata e inesperada”, explica.
A psicóloga destaca ainda que, segundo pesquisas em todo o país, a maioria dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes é cometida no ambiente doméstico, por pessoas do relacionamento direto da vítima, como pais, parentes e adultos próximos.
“Às vezes, a criança começa a apresentar rejeição a essa pessoa, fica em pânico quando está perto dela, mas são formas que as crianças encontram para pedir socorro. Infelizmente, a violência sexual é muito frequente dentro de casa, ambiente em que a criança deveria se sentir protegida. Por isso, todos precisam estar vigilantes para identificar qualquer sinal e agir, caso seja necessário”, alerta.
Como denunciar
Em caso de abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes, a denúncia deve ser feita pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos), pelo Disque 181 (Polícia Militar) ou ainda pelo 0800.280.9390, que é o atendimento da Seprev para denúncias no âmbito estadual. A população deve ainda procurar o Conselho Tutelar da região.
CRAD
Todos os esforços devem ser direcionados ao impedimento da violência sexual, mas, caso a prática seja identificada, Alagoas conta com o Centro de Referência em Atenção a Crianças e Adolescentes (CRAD), que oferece apoio a vítimas ou testemunhas de violência e seus familiares. O equipamento oferece atendimento integral realizado por uma equipe multidisciplinar e integra os órgãos do Executivo com o Sistema de Justiça, dando celeridade aos processos pós-violência e minimizando os prejuízos à vítima.
O CRAD funciona 24h e está localizado na Avenida Desembargador Barreto Cardoso, 433, na Gruta de Lourdes, em Maceió.