18/05/2022 às 22h27min - Atualizada em 18/05/2022 às 22h27min

Vítima de abuso sexual destaca a importância da rede de atenção do Hospital da Mulher

Por Redação - Rodrigo Gomes
Rede alagoana de notícia

Maio Laranja, no Brasil, é o mês de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, e a Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVS), que funciona no Hospital da Mulher, conta com equipe multidisciplinar para atender casos de violência sexual em Alagoas, independentemente da idade da vítima ou de quaisquer outras características. 

Uma das vítimas acolhidas, G.S.O., de 38 anos, foi encaminhada pela delegacia onde realizou a denúncia. Ela afirma que, graças aos atendimentos que recebe na RAVVS, está se sentindo melhor. “Eu já consigo sair de casa. Antes, não conseguia dormir, para ir até a cozinha beber água ou ao banheiro à noite tinha que ser acompanhada pelo meu marido. Na RVVS encontrei pessoas que confiaram em mim, porque eu fiquei na dúvida se deveria falar ou não. Eu tive vergonha e achei que podiam não acreditar em mim”, disse. 

A psicóloga e coordenadora da RAVVS, Camille Wanderley, esclarece que existe a violência sexual com contato físico e sem contato físico. “Esta violência sem contato físico pode ser o voyeurismo, o assédio e a pornografia, por exemplo. Já a violência com contato físico culmina na conjunção carnal por qualquer meio”, afirmou. 

A coordenadora explica, ainda, como identificar os sinais de que a criança ou o adolescente podem estar sendo vítimas desse tipo de violência. “Mudanças abruptas de comportamento, como isolamento, automutilação, baixo rendimento escolar, agressividade excessiva, dificuldade para dormir, enurese e exacerbação da sexualidade são sintomas que podem estar relacionados ao abuso sexual”, concluiu. 

As pessoas que sofreram violência sexual, além do aplicativo Fica Bem, podem procurar diretamente a RAVVS, por meio do telefone (82) 98882-9765 ou presencialmente, no Hospital da Mulher (HM), localizado no bairro Poço, em Maceió, desde que a vítima não esteja necessitando de atendimento de emergência. Em casos de sangramento, escoriações graves ou lesões consideráveis, a vítima deve ser encaminhada ao Hospital Geral do Estado (HGE), no bairro Trapiche, em Maceió, ou a qualquer hospital de porta de entrada do Estado. E, para fazer denúncias, além dos meios já citados, há também o Disque 100 e a Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente. 

Maio Laranja 

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído oficialmente no país através da lei nº 9.970/2000. A data escolhida foi 18 de maio em alusão ao “Caso Araceli”, um crime que chocou o país na época. Araceli Crespo era uma menina de apenas oito anos de idade, que foi violada e violentamente assassinada em Vitória, no Espírito Santo, no dia 18 de maio de 1973. Este crime, apesar de hediondo, ainda segue impune. 

A RAVVS 

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) criou a Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVS) em agosto de 2018. O serviço é uma política pública que garante atendimento multiprofissional a qualquer pessoa em situação de violência sexual, todos os dias da semana e funciona na Área Lilás do Hospital da Mulher Drª Nise da Silveira (HM), no bairro Poço, em Maceió. 

Aplicativo Fica Bem 

Lançado em 2020, o aplicativo Fica Bem, da RAVVS, pode ser baixado gratuitamente nas lojas virtuais dos smartphones com sistema operacional Android e possui um layout simples de usar. Esta ferramenta possibilita que qualquer pessoa faça denúncias de violência sexual anonimamente ou não. 

O Fica Bem também disponibiliza orientações quanto à rede de proteção e todos os canais de atendimento especializado para casos de violência sexual. O aplicativo reúne, ainda, informações sobre possível perigo em relacionamento, além de um “botão pânico” de alerta para ajuda.


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