11/10/2022 às 18h48min - Atualizada em 11/10/2022 às 18h48min
Renan: ministra do STJ é 'bolsonarista' e PF é 'gestapo de Arthur Lira'
Rodrigo Gomes
Rede Alagoana
Candidato à reeleição com apoio do grupo de Renan, o governador Dantas foi alvo de uma ação da Polícia Federal (PF) e retirado do posto por determinação da magistrada.
Renan anunciou que vai denunciá-la ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O senador afirma também que a PF de Alagoas é hoje "a Gestapo" de Arthur Lira (PP-AL), e que é usada por ele para perseguir adversários políticos.
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira é um dos maiores apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), enquanto Renan Calheiros é um dos líderes da oposição ao governo.
"O Arthur Lira já vinha anunciando que essa operação ia acontecer, inclusive em suas redes sociais. É um caso de aparelhamento anunciado. A PF aqui atua como a Gestapo, a polícia secreta oficial da Alemanha nazista", segue o senador.
Ele afirma que a investigação que tem Dantas como alvo "andou de gabinete em gabinete do STJ, e foi parar no gabinete da ministra bolsonarista, que decidiu às vésperas das eleições para prejudicar a reeleição do governador".
Ele diz ainda que Arthur Lira "levou uma surra" nas urnas em Alagoas, e está usando "o aparelhamento do Estado" para tentar ganhar no tapetão.
"Vencemos em 84 de 102 cidades, inclusive na capital, Maceió", diz.
O parlamentar lembra ainda que enviou um ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 5 pedindo que a troca de comando da Superintendência da Polícia Federal em Alagoas por suspeita de que o órgão se alinha aos interesses de Lira.
Ele citou no documento uma operação policial contra o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor, na véspera das eleições —ele era candidato a deputado estadual.
Em entrevista ao UOL nesta terça-feira (11), o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que aqueles que criticam a decisão do STJ e da operação da PF tentam "politizar uma situação que no Brasil ninguém controla".
"Eu nem tenho nenhuma ligação com o superintendente [da Polícia Federal em Alagoas] que entrou e que saiu. Nem tenho nenhuma ligação com a superintendente que não entrou. Não é uma área a fim de qualquer política pública indicações ou ingerência na Polícia Federal", disse, após ser questionado sobre as declarações de Renan Calheiros.
"O senador Renan gosta de politizar. Gosta. E talvez ele tenha tido mais informações do que eu para estar com medo de operação da Polícia Federal. Eu não vou entrar no mérito, eu só acho que uma decisão do STJ neste calibre deve ter respaldo jurídico muito forte ou fatos muito contundentes para ter acontecido", afirmou Lira.
Procurado, o STJ ainda não se manifestou.