“Queremos passar tranquilidade à sociedade alagoana, porque os índices de violência no Estado estão reduzidos ou estáveis”, assegurou Paulo Dantas. “Na série histórica dos últimos 10 anos - de 2012 a 2022-, os dados mostram uma redução de 46,5% no índice de criminalidade, o segundo melhor da série histórica. Na comparação de janeiro de 2022 a janeiro de 2023, há uma estabilidade, com registro de 103 homicídios nos dois períodos”, pontuou o governador ao abrir a coletiva.
Segundo Paulo, os números positivos de Alagoas no combate à violência na última década são resultado de investimentos em tecnologia, inovação, capacitação e integração das forças de segurança e o trabalho de parceria com outras instituições, como o Tribunal de Justiça de Alagoas e o Ministério Público.
O governador lembrou que esteve reunido com a equipe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para tratar de investimentos em segurança, especialmente na área de inteligência e integração de dados para o combate mais eficaz da violência.
Paulo destacou que os números de combate à violência também são positivos em Maceió, onde a redução dos crimes por morte violenta foi ainda maior, atingindo 52% na série histórica de 2012 a 2002. “Não vamos admitir, de maneira alguma, que a criminalidade cresça em Alagoas. Estamos trabalhando focados, integrados, com firmeza e responsabilidade, fazendo com que o Estado lidere os índices de redução de violência no Brasil”, afirmou o governador, ao garantir que os efetivos da Polícias Militar e do Corpo de Bombeiros serão reforçados com os aprovados no último concurso, obedecendo a um calendário que respeite o equilíbrio fiscal do Estado.
Feminicídio
A redução em 50% dos casos de feminicídio, na comparação entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, também foi enfatizada pelo governador Paulo Dantas. Enquanto em janeiro de 2022 foram registrados seis casos de morte violência de mulheres, em janeiro deste ano esse número caiu para três.
Em todo o ano passado foram contabilizados 31 casos de feminicídio no Estado, com todos os feminicidas identificados e 27 inquéritos policiais concluídos. Deste total, 64,52% dos feminicidas encontram-se presos, sendo 38,12% em flagrante; 5% estão foragidos e 6% se suicidaram após o crime.
A redução do número de feminicídios, avalia o governador, é resultado dos investimentos do Governo no combate aos crimes contra a mulher, a exemplo da universalização das Salas Lilás em todas as unidades dos Centros Integrados de Segurança Pública (Cisps), que contam com equipe multidisciplinar para atendimento diferenciado e mais humanizado às vítimas de violência. O Estado, hoje, contabiliza 48 Cisps instalados e deverão ser implantados mais 60.
“Esses investimentos também ocorrem em Maceió, onde será instalado um Cisp do tipo 3, na parte baixa da cidade, com as Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros trabalhando de forma integrada”, observou o governador. Ele assegurou ainda a interiorização da Patrulha Maria da Penha, programa exitoso da Polícia Militar que garante a proteção das mulheres vítimas de violência e que recebem medidas protetivas.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Flávio Saraiva, disse que a segurança pública trabalha para uma evolução das análises preventivas de violência contra a mulher, a exemplo da integração de dados da área de saúde, para verificar os casos de atendimento de mulheres nas unidades de saúde que relatam quedas, lesões, mas não confirmam se foram atos de violência doméstica. “Alagoas não é o Estado mais violento do país e Maceió não é a capital mais violenta do país”, destacou o secretário Flávio Saraiva, observando que entre as 30 cidades mais violentas do Brasil não consta nenhuma de Alagoas. “Ontem (segunda-feira), por exemplo, não houve nenhum registro de homicídio Alagoas”, destacou.
O governador Paulo Dantas e o secretário Flávio Saraiva também reforçaram que o estado de Alagoas é apontado como referência na transparência de dados da segurança pública entre todos os estados brasileiros e vem investindo na integração de dados para aumentar ainda mais a eficiência das estatísticas na área.
Índices da Violência em Alagoas
O secretário de Gestão Interna da SSP/AL, delegado José Carlos André dos Santos, ao apresentar o relatório do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac), explicou que a partir dos próximos relatórios, seguindo orientação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, não será mais utilizada a nomenclatura Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), substituída esse ano por Mortes Violentas Intencionais (MVI), mas o método de levantamento das estatísticas continuará o mesmo.
De com acordo com o relatório do Neac, Alagoas teve uma redução de 46,5% dos casos de CVLI, no comparativo de ano a ano, na série histórica, com registro de 2.215 casos em 2012, caindo para 1.183 em 2022. O número de apreensões de drogas caiu de 4.015 toneladas em 2021, para 2.507 em 2022, e de apreensões de armas de 1.867 em 2021 para 1.522 em 2022. No comparativo de roubo a transeunte, em 2014 foram registrados 6.803, caindo para 5.300 em 2022; roubo de residências de 257 para 122 no mesmo período; roubos de motos e similares, de 2.508 para 1.236 e de veículos de passeio de 1.071 para 453.
Em Maceió, na série histórica dos últimos 10 anos, a redução foi ainda maior no número de CVLI, de 52,4%, caindo de 806 em 2012, para 383 em 2022. O número mais expressivo em Maceió foi de do roubo em transporte coletivo, que chegou a 1.109 em 2016 e, em 2022, com registro de apenas 24 casos. “Esse número chama a atenção, porque as pessoas vítimas de roubos em transporte coletivo são as mais desprovidas de recursos financeiros”, salientou José Carlos. Também foi registrada a redução nos índices de roubo de transeuntes (5.030 em 2014 contra 171 em 2022); Roubo de Residências (134 em 2014 para 56 em 2022); Roubo de Veículos (922 em 2014 para 435 em 2022) e Roubo de Veículos de Passeio (596 em 2014 para 171 em 2022).
A cidade de Arapiraca, segundo maior em população no Estado, registrou uma redução no número de CVLI de 144 em 2012 para 77 em 2022. O município também registrou redução nos índices de roubo de residências (de 36 em 2014 para 7 em 2022), motos (765 em 2014 para 320 em 2022) e veículos de passeio (de 110 em 2014 para 34 em 2022). No roubo de transeunte houve um leve aumento de 719 em 2014 para 788 em 2022, sendo considerado um patamar de estabilidade