O dia 8 de abril é, no Brasil, o Dia Nacional do Sistema Braille, um sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão. A data homenageia, desde 2010, o primeiro professor cego do país, o carioca José Alvares de Azevedo.
Alagoas tem, entre outros profissionais, o professor Roberto Duarte Leite, que usa o braille em sua vida pessoal e profissional há mais de 20 anos. Professor no Centro Cyro Accioly, instituição estadual de atendimento educacional especializado para pessoas com deficiência visual, Roberto fala sobre o valor do sistema de escrita tátil fazendo uma comparação. “A importância que o braille tem para nós cegos é equivalente à que o texto escrito em tinta tem para quem enxerga, que nós chamamos de videntes”, afirma com convicção.
Além de dar aulas de braille, o professor Roberto também atua no Núcleo de Produção Braille da instituição, onde são feitas apostilas e livros para os alunos que estão incluídos na escola regular. De acordo com ele, dá para escrever praticamente tudo em braille. “Português, matemática, física, química, musicografia e até mesmo gráficos e desenhos”, assegura o professor.
Sobre a tecnologia assistiva, ele diz que, apesar de muito positiva, não se sobrepõe à escrita tátil. “O celular que fala, os softwares de computador que funcionam como leitores de tela, os aplicativos, tudo isso é importante, mas nada substitui a leitura e a escrita braille para nós”.
Com quase 50 anos de existência, o Centro Cyro Accioly atende a um público que vai de crianças e adolescentes em idade escolar a universitários e profissionais liberais. Dentre os cursos oferecidos estão os de Braille e Orientação e Mobilidade. O Centro também oferece Atendimento Educacional Especializado (AEE) para estudantes das redes pública e privada.