A escola como instituição de ensino desempenha um papel fundamental na formação dos cidadãos e é na sala de aula que esta relação fica ainda mais intrínseca. Atualmente, a Educação de Maceió conta com uma rede de intérpretes de libras que atuam junto aos professores e auxiliam na alfabetização dos alunos surdos.
Como é o exemplo dos estudantes Jonathan de Almeida Cavalcante Oliveira, 31 anos, e José Pereira da Silva, 61 anos. Ambos são surdos e estudam no Ensino Fundamental, na modalidade Educação de Jovens Adultos e Idosos, da Escola Municipal Doutora Nise da Silveira, localizada no bairro Antares.
A vontade de aprender foi tanta, que os dois alunos desenvolveram técnicas para assimilar o ensino da Matemática. A intérprete de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) da unidade de ensino, Thallita Martins, revelou que o aprendizado dos dois estudantes se torna mais eficiente quando há interlocução, interação social entre os dois alunos surdos, apesar das diferenças de idade e do domínio da linguagem de sinais ser diferente entre eles.
“Para os surdos, os pares linguísticos são muito significativos, principalmente na evolução da primeira língua, a Libras, como é o caso do Seu José, que está no processo de aquisição da Linguagem Brasileira de Sinais, para depois aprender a Língua Portuguesa, o que requer muita dedicação de todos os envolvidos”, explicou Thallita.
Os estudantes têm a acessibilidade garantida através da mediação da intérprete educacional de Libras e conta com todo o apoio pedagógico, fornecido pelos professores e pela coordenação escolar.
Thallita destacou também que a sua função se baseia na facilitação dos diálogos e na garantia da acessibilidade, ao reconhecer a dedicação do aluno mais jovem em contribuir com o aprendizado de seu José.
“Jonathan observando todo o cuidado que temos com o Senhor José, se dispôs voluntariamente em ajudar nas atividades propostas em sala de aula e até mesmo nas atividades extraclasse. Sua sensibilidade se tornou ainda mais visível na construção de conceitos matemáticos”, pontuou.
A coordenadora pedagógica Eliete Cavalcante ressaltou que a atitude do aluno Jonathan é estimulada na unidade de ensino. “A gente tem essa prática aqui na escola, de trabalhar em equipe e ter sempre um aluno ajudando o outro, principalmente quando ele tem habilidades que compõem o ambiente curricular”, frisou.
Sobre a importância da escola inclusiva, Thallita pontuou que o suporte e acessibilidade são essenciais para a formação dos alunos. De acordo com ela, a rede de ensino constrói uma ponte com a vida social e acadêmica e abre diversas possibilidades para esses estudantes, ao destacar o importante trabalho da rede de ensino inclusiva, elaborada com o apoio da Secretaria de Educação de Maceió (Semed) e implementada na Nise da Silveira.
“Percebemos o quanto foi importante para ambos esse encontro linguístico. Os conceitos vivenciados na escola inclusiva, para surdos conseguem respeitar as diferenças e tornar acessível o ensino e a aprendizagem dos estudantes surdos, tornando suas experiências mais prazerosas e repletas de evolução acadêmica e humana”, concluiu a intérprete de Libras.