A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realizou, nesta terça e quarta-feira (15 e 16), no auditório da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), o I Workshop Estadual das Leishmanioses. O evento foi voltado para os profissionais de saúde, coordenadores de Vigilância Epidemiológica e de Endemias, além dos agentes de Combate às Endemias dos 102 municípios alagoanos.
Durante os dois dias de evento, foram ministradas palestras sobre os mais diversos temas que abrangem a doença, como a abordagem clínica; o perfil epidemiológico das Leishmanioses em Alagoas; meios de combate; diretrizes para o tratamento e fluxos de liberação e bem-estar animal e ambiente. Também foram tratados temas como a importância epidemiológica da ocorrência em espécies não caninas; o acondicionamento, armazenamento e transporte do soro canino para o diagnóstico da doença; as coleiras impregnadas com deltametrina; o estudo da fauna flebotomínica de Alagoas e o contingenciamento de um surto da doença no Estado.
Segundo o coordenador do Programa Estadual de Vigilância e Controle das Zoonoses, médico veterinário Clarício Bugarim, o workshop foi realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Cidadania e Pessoa com Deficiência (Secdef) e teve como principal objetivo o debate de soluções e atualizações dos serviços frente ao Programa de Vigilância e Controle das Leishmanioses (PCL), visando o fortalecimento do combate à doença no Estado.
“Este é o primeiro workshop estadual de leishmaniose e tivemos uma grande participação dos 102 municípios alagoanos. Nosso objetivo é fazer uma atualização profissional e também uma alusão ao dia 10 de agosto, que incentiva os estados e municípios a promoverem esses momentos, visando o controle dessa doença endêmica que acomete tanto os seres humanos como os animais”, explicou Clarício Bugarim, alertando para a atenção e cuidados a cães que apresentem queda de pelos, emagrecimento exagerado e feridas.
Conforme o Ministério da Saúde (MS), a leishmaniose é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico. A Visceral é transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado, denominado flebotomíneo, conhecido popularmente como palha. Se não tratada, a doença pode levar a óbito em até 90% dos casos.
Já a Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca úlceras na pele e mucosas. A doença é causada por protozoários do gênero Leishmania. No Brasil, existem sete espécies de leishmanias envolvidas na ocorrência de casos da doença. As mais importantes são a Leishmania (Leishmania) amazonensis, L. (Viannia) guyanensis e L.(V.) braziliensis. A doença é transmitida ao ser humano pela picada das fêmeas de flebotomíneos infectadas.
A enfermeira do Programa Estadual de Vigilância e Controle das Zoonoses , Fernanda Vieira, também esteve presente no workshop e destacou a importância do evento para o Estado. “O evento focou no que é a Leishmaniose Visceral e Tegumentar, informando sobre o fluxo de liberação das medicações, após o diagnóstico. Também passamos informações sobre os animais e promovemos uma mesa redonda com o Lacen [Laboratório Central de Alagoas], que recebe o material para diagnóstico. Queremos abrir o olhar dos municípios para a Leishmaniose, assegurando à população que a doença seja tratada da forma correta e no tempo oportuno”, explicou.
O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, ressaltou a relevância do I Workshop Estadual das Leishmanioses como forma de discutir e capacitar os técnicos municipais sobre um tema relevante para a saúde pública. "Tenho frisado durante nossas reuniões de planejamento que a capacitação sistemática de nossos técnicos é ponto crucial da nossa gestão, para assegurar assistência qualificada, principalmente no âmbito da saúde, que impacta na vida e no bem estar das pessoas", enfatizou.