13/06/2021 às 17h59min - Atualizada em 13/06/2021 às 17h59min

Vacina cearense contra Covid-19 pede autorização da Anvisa para iniciar testes em humanos

A vacina é desenvolvida pela Universidade Estadual do Ceará e já foi testada com sucesso em camundongos.

Por: Redação - Rodrigo Gomes
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Vacina cearense contra Covid-19 em estudo desenvolvida pela Uece. — Foto: Ney Carvalho/Uece/Reprodução

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar os testes em humanos da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela instituição. Caso aprovada, a pesquisa — que iniciou em 2020 — vai para a segunda fase.

A vacina cearense em testes já tem nome: HH-120-Defenser. A pesquisa é desenvolvida no Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular da Uece (LBBM), liderada pela professora imunologista Izabel Florindo Guedes.

A primeira fase do processo, com realização de testes em camundongos, foi concluída com sucesso, como destaca o pesquisador do LBBM/Uece e doutorando do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia (Renorbio/Uece), Ney Carvalho. “Obtivemos resultados promissores desse imunizante com camundongos. Esses resultados serão submetidos à Anvisa, com o intuito de iniciar a fase clínica, já que estávamos na fase pré-clínica, com os animais”.

A fase clínica deverá ser dividida em três etapas:

 

  • Na primeira, os testes serão realizados com, aproximadamente, 100 pessoas adultas, de 18 a 60 anos de idade, sem comorbidades.
  • Na segunda etapa, será a vez de pessoas acima de 60 anos, com comorbidades.
  • Na terceira, os testes serão aplicados em milhares de pessoas, com perfis diversificados.

“Com mais de 90% de proteção comprovada da vacina na fase pré-clínica, poderemos seguir com os testes em humanos, após a aprovação da Anvisa. Para esses testes, será seguido todo um protocolo, realizando a seleção de pessoas saudáveis, que ainda não tenham tomado outras vacinas contra a Covid-19. Essas pessoas serão convidadas a serem voluntárias nesse primeiro momento”, explica a professora Izabel Florindo.

Ao final de cada etapa da fase clínica, a Uece deverá submeter os resultados à Anvisa para autorização da continuidade dos testes.

 

Baixo custo de produção

 

Um dos pontos positivos da HH-120-Defenser é o baixo custo de produção. “Acreditamos que a concentração de vírus vacinal que queremos colocar por dose é suficiente para que em um frasco, que custa R$ 11 no comércio local, seja capaz de fornecer 250 doses. Assim, cada dose custaria R$ 0,044 centavos. Se levarmos em conta que temos 240 milhões de pessoas no Brasil, então seriam necessárias 480 milhões de doses. Isso significa que a imunização de todo o país, com duas doses, custaria pouco mais de R$ 21 milhões. A dose de vacina mais barata comercializada hoje é a CoronaVac, que custa R$ 16 cada dose”, aponta o pesquisador Ney Carvalho.

A Uece informa ainda que a vacina HH-120-Defenser propõe uma nova forma de uso de um coronavírus aviário atenuado, que está no mercado há décadas e que não causa infecção em seres humanos. “Essa vacina é constituída por uma cepa de coronavírus muito parecida com o SARS- CoV-2, capaz de induzir uma resposta imunológica protetora contra o novo coronavírus. Ela não causa infecções em humanos. Por isso resolvemos usá-la”, garante a coordenadora do Laboratório, Izabel Florindo.


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