Reprodução Se o amigo leitor me permite, hoje falaremos sobre um assunto muito desagradável. Vamos fazer uma breve análise, sobre o que algumas pessoas fazem diariamente dentro da nossa sociedade. Falaremos sobre os “picaretas”; sim, são estes mesmos que você está pensando. Estou referindo-me aos “picaretas” de carteirinha, aqueles que encontramos de plantão em qualquer esquina.
Estou fazendo menção aos indivíduos, que utilizam de qualquer expediente, de qualquer forma, para obter os fins ou as vantagens desejadas sobre as outras pessoas e para isso, não medem esforços e não medem as conseqüências, custe o que custar.
Apenas como exemplo, imagine alguém, que acaba de preparar uma lanchonete e que pela aparência que tem, deveria caminhar sozinha, pois além de bonita está localizada num ponto estratégico de muito movimento; entretanto, como quem vê olhos não vê coração, jamais poderia imaginar que essa criatura, passaria pela residência de uma velha senhora e solicitaria a título de empréstimo, um freezer, que de pronto foi concedido, em razão do poder de persuasão desse tipo de labista. E, como nas suas veias corre sangue de “picareta”, ele não devolve o freezer na data prevista e ainda faz mais, depois de vários dias de esquecimento ele tem a pachorra de propor à compra do equipamento de refrigeração, contudo, não passa de uma vaga proposta, pois o aproveitador não paga a velha senhora e apenas devolve o freezer quarenta e cinco dias depois, sem a retribuição de um muito obrigado e pior ainda, sem um pedido formal de desculpas. Esse individuo, chega mesmo a acreditar que a devolução foi um favor, pois tem como forte argumento, um princípio muito íntimo de que o que é dele, é dele e o que é dos outros, é dos outros.
Esse é mais um dos variados e verídicos casos que acontecem em nossas cidades. Onde algumas pessoas tratam as outras com proficuidade. Pessoas que tiram proveito da simplicidade e da bondade alheia. Pessoas que constroem sim o seu próprio império, mas com o suor da fronte alheia, que fazem contas em nomes alheios, passando-lhes as responsabilidades dos pagamentos e ainda gabam-se por serem espertos o suficiente para passar outras pessoas para traz.
Talvez esteja instalando-se em nosso meio - essa nova profissão, a profissão da falcatrua e dos maus costumes - graças ao nosso vício de querer ganhar vantagens. E devemos ficar atentos e abrir os olhos, pois há picaretas por todos os lugares e para todos os gostos. Temos o garagista que repassa o carro todo maquiado, o restaurante que oferece comida requentada, o amigo que te pede uma folha de cheque e age como se nada tivesse acontecido, mesmo não lhe pagando o valor devido; o companheiro de trabalho que vive a se aproveitar das tuas iniciativas para promover-se; a indústria da multa e ainda o remédio bom pra otário.
Ainda temos o dirigente religioso, aquele que se esconde atrás da palavra de “Deus” e que se utiliza da obscuridade que a malícia proporciona, para lidar com as dificuldades e o sofrimento alheio; e isto cabe a muitas religiões. Em tempo, não devemos nos confundir e precisamos nos lembrar que as religiões são conduzidas por homens, sujeitos aos erros, aos acertos e a toda picaretice do mundo. Assim, é nossa obrigação o discernimento sobre o que é certo, o que é errado e o que não passa de ludibriação, de um grande golpe.
Caso o dirigente de seu segmento religioso, aquele de sua simpatia, começar a pedir-lhe coisa que vão além da solidariedade, do amor ao próximo e da caridade, se ele começar a pedir-lhe coisa como dinheiro e mais dinheiro, de uma maneira que não tenha fim, se ele tentar enfiar na sua cabeça, que uma vida próspera é uma vida rodeada de bens materiais e que o maior culpado de tudo é satanás: meu amigo, não tenha dúvida, sai de baixo!
E esse tipo de gente é fácil de identificar, basta usar o bom senso e raciocinar um pouquinho. Pois o picareta profissional, geralmente é muito falador, promete o mundo e os fundos, promete o que não pode e o que não é capaz de fazer, assim, não cumpre metade do que fala e se cumprir com certeza ganhará três vezes mais para fazê-lo.
Vejamos outro bom exemplo, analisemos nossos maravilhosos e encantadores políticos, muitos deles são dignos de nossa observação, seja ela positiva ou não: basta observar com bons olhos, fique atento e note que quando há um excesso da política do pão e circo alguma coisa deve estar gravemente errada ou ficando para traz. E nunca devemos nos esquecer, que da mesma forma que podemos aplaudir, também temos o direito e a obrigação de cobrar, afinal das contas, quando nos referimos sobre política, sabemos que é do dinheiro público que estamos falando e tudo que for construído em prol da sociedade é feito com este recurso. Além do mais, é obrigação de quem se ofereceu e foi eleito para governar, cuidar, e muito bem, das construções e investimentos na sociedade como um todo.
É com os recursos dos cofres públicos, dinheiro nosso, que são promovidas todas as transformações dos municípios, como por exemplo: desde as simples placas comemorativas, aquelas feitas do mais puro aço inox (geralmente utilizadas em praças, ginásios esportivos, escolas e coretos, estas são usadas para homenagear indivíduos que tiveram algum destaque ou então pertenceram a alguma família abastada de nossa sociedade), ou mesmo, as plaquetas feitas com plástico reciclável de segunda linha (neste caso, geralmente utilizadas para identificar os banheiros públicos caso seja masculino ou feminino e que também servem para os nomes de rua e homenagem em grutas, neste caso para homenagear pessoas que de alguma forma destacaram-se também, mas que infelizmente não tiveram o privilégio de ter um nome famoso ou ainda afortunado por um sobrenome pomposo e rico), até às obras monumentais que levarão nomes de doutores que fazem as leis.
Portanto, político que promete e não cumpre é picareta (além de ser genialmente corrupto, é lógico); assistente de político, aquele parasita, que costuma ser mal educado, que gosta de falar muito (e às vezes fala mais que seu próprio patrão) e trabalhar pouco, aquele que acredita que pensa, e que na verdade pensa apenas na sua barriga, também é picareta. Outra coisa, que deve nos causar a máxima atenção e isso independe de qualquer político, seja qual for. Seja ele A, B ou C, não é mais possível aceitarmos de uma forma geral no nosso pais, que as mudanças, as transformações, os investimentos, as inaugurações e os acontecimentos em prol da sociedade, sejam efetuados, apenas ao final dos quatro anos de mandato. Devemos dar um basta nisso!
Amigo leitor, proponho-lhe uma mudança de conceitos, um basta na nossa quietude. Proponho excluirmos de nossa sociedade, essa lei de Gerson, que nos causa tanto mal. Vamos erradicar o medo e agir com a consciência perfeita. Procuremos conhecer melhor as pessoas, pensemos duas vezes antes de dizer sim e caso seja necessário, pensemos três. Não vamos mais, deixar que nos passem para trás.
Vamos nos esforçar e eliminar de nós mesmos, esta catarata social. Caso contrário, estaremos cada vez mais, contribuindo para uma cidade de picaretas.Estamos vivendo SEMPRE COM O OLHO NO GATO,OUTRO NO RATO.
Por: Antônio Fernando da Silva (Fernando CPI) - Registro jornalista: 0002099/AL - MTE Brasil