O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), chamou o ato promovido pelo presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro no domingo (23) de “procissão em louvor ao vírus” e “declaração de guerra ao SUS [Sistema Único de Saúde]” .
Bolsonaro comandou na cidade um passeio com motociclistas, que gerou aglomeração nas ruas. Sem máscara, Bolsonaro cumprimentou e tocou diversos apoiadores, que também estavam sem o aparato de proteção, infringindo norma local para conter o avanço da Covid-19.
“A prioridade é barrar a pandemia, mas Bolsonaro rema para trás. A procissão no Rio em louvor ao vírus é declaração de guerra ao SUS”, escreveu Renan Calheiros em uma rede social.
O relator da CPI afirmou ainda que o governador do Rio, Cláudio Castro, terá de explicar a “molecagem com dinheiro público”.
O Rio destacou, por exemplo, centenas de policiais para atuarem na segurança da manifestação.
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello também compareceu ao evento neste domingo. Sem máscara, o general do Exército, na ativa, subiu em um carro de som e, ao lado de Bolsonaro, fez um breve discurso.
A participação do ex-ministro se deu três dias após ele ter prestado depoimento à CPI da Covid. Aos senadores, Pazuello se disse favorável às medidas de distanciamento social e ao uso de máscara.
“Pazuello pisoteia disciplina e hierarquia e ri a céu aberto”, disse Renan Calheiros nesta segunda. “A CPI terá muito assunto”, adicionou.
A ida de Pazuello ao evento gerou polêmica. Pelas regras do Exército, militares da ativa não podem participar de atos políticos. O vice-presidente Hamilton Mourão, general da reserva, disse nesta segunda que Pazuello entende que errou ao ir à manifestação.
Fonte: Marcela Mattos, G1 — Brasília