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20/06/2021 às 21h09min - Atualizada em 20/06/2021 às 21h09min

Governo Bolsonaro quadruplica "orçamento paralelo" e supera Dilma e Temer

Por: Redação - Rodrigo Gomes
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Photo by SERGIO LIMA/AFP via Getty Images
 
  • O chamado "orçamento paralelo" quadruplicou no governo Bolsonaro em relação à gestão de Michel Temer
  • O custo total das emendas (R$ 20,7 bilhões) também é cinco vezes superior ao do governo de Dilma Rousseff
  • "Orçamento paralelo" são emendas que não aparecem nos sites de transparência do governo e do Congresso

O "orçamento paralelo", como são conhecidas emendas que não aparecem nos sites de transparência do governo e do Congresso, quadruplicou na gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) em relação ao governo de Michel Temer (MDB) e cresceu cinco vezes na comparação com a administração de Dilma Rousseff (PT).

Segundo reportagem do portal UOL com dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação, na gestão do atual presidente os congressistas apresentaram R$ 20,7 bilhões em emendas de relator por ano em média, já considerada a inflação no período. No governo Temer, de 2016 a 2018, foram R$ 4,8 bilhões em média. Na gestão de Dilma, entre 2011 e 2015, foram R$ 3,8 bilhões em média por ano.

Sem considerar a inflação, as emendas de relator no governo de Dilma variaram de R$ 300 milhões a R$ 5,9 bilhões a cada ano. Com Temer, a variação foi de R$ 1,5 bilhão a R$ 5,5 bilhões. No governo Bolsonaro, elas deram um salto: saíram de R$ 1,9 bilhão no primeiro ano de governo, para R$ 28 bilhões em 2020, e chegaram a R$ 29 bilhões em 2021.

O levantamento da Consultoria de Orçamento da Câmara considera as emendas apresentadas, não as efetivamente pagas ou empenhadas para pagamento, a fim de poder comparar os anos diferentes. Em 2021, por exemplo, durante a execução orçamentária, o governo federal anunciou um corte de R$ 10 bilhões no montante de R$ 29 bilhões em emendas de relator.

Os valores se referem às emendas de relator entre 2010, o último ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e 2021. Em valores históricos, o montante soma R$ 85,7 bilhões, mais da metade concentrada no governo de Jair Bolsonaro.

Sem considerar as variações da inflação, a pesquisa mostra que, entre 2010 e 2021, praticamente metade das emendas foram destinadas a transferência para estados e prefeituras, inclusive os fundos setoriais, como os de saúde e educação. Foram R$ 40 milhões para prefeituras e estados. Houve R$ 45 milhões para aplicação direta do Executivo.

Os projetos que mais receberam previsão de recursos foram aqueles marcados como de "apoio a desenvolvimento sustentável local integrado", uma nomenclatura muito usada no Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). A compra de tratores e máquinas agrícolas é classificada com esse termo, que recebeu R$ 7,6 bilhões de 2010 para cá.

O dinheiro é maior do que os repasses para as ações ligadas à saúde, quando estas são observadas isoladamente. O incremento temporário ao custeio de hospitais e ambulatórios, verba influenciada pela pandemia de coronavírus, recebeu R$ 5,3 bilhões em emendas no período. Ficou em segundo lugar, segundo o estudo da Consultoria de Orçamento. Já o aumento provisório para atenção primária à saúde recebeu outros R$ 3,7 bilhões.


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