Na tarde desta quarta-feira, 23, o plenário da Câmara Municipal de Maceió voltou a apreciar o projeto de lei de autoria do vereador Leonardo Dias (PSD) que concede o título de cidadão honorário ao presidente Bolsonaro.
Numa sessão tumultuada com questionamentos sobre a legalidade regimental da apreciação da matéria pelo plenário, já que o PL foi retirado de pauta no mês passado pelo presidente Galba Novaes Neto (MDB), por 17 votos favoráveis, 6 votos contrários e 2 abstenções, o poder legislativo de Maceió aprovou o polêmico título ao presidente da República.
Para Marcelo Nascimento, presidente do PT de Maceió, “O parlamento municipal com esta decisão questionável coloca-se na contramão da história, num momento crítico que atravessa o país, com denúncias gravíssimas contra o presidente Bolsonaro, não só por omissão institucional frente à pandemia da COVID-19, mas também com relação a escândalos de corrupção ativa envolvendo o próprio presidente, seus filhos, a esposa e ministros. Com uma CPI no senado que investiga o próprio presidente, esse não é o momento oportuno para homenagens a Bolsonaro. Faltou bom senso ao presidente Galba Neto e aos vereadores em apreciar essa matéria num momento tão delicado do cenário nacional, onde alcançamos a triste estatística de 500 mil mortes pelo COVID-19 que poderiam ter sido evitadas se o presidente Bolsonaro adotasse medidas eficientes e rápidas,” afirma o dirigente petista.
Esta semana várias personalidades e artistas de renome nacional a exemplo de Djavan, Ivete Sangalo Anitta, os ex Big Brother Juliette e Gil do Vigor, até o digital influence alagoano Carlinho Maia, se posicionaram nas suas redes sociais pedindo a renúncia do presidente genocida.
Com mais de 40 pedidos de impechment para Bolsonaro na Câmara Federal, o Brasil no epicentro da pandemia com meio milhão de mortos, desemprego no maior patamar da história, o retorno da fome às famílias brasileiras, privatização de estatais como a Eletrobras, em meio às crises sanitária, política e econômica, é moral homenagear o presidente da República?, questionou Marcelo Nascimento.