Danubia Roberta Ferreira, morava à beira da Lagoa Mundaú, até que seu barraco foi inundado. Ela e os dois filhos tiveram que entrar no aluguel, mas o dinheiro que ganha com a venda de mariscos, mal dava para pagar um quarto e sala na região da Lagoa. Hoje, seu novo endereço é a casa própria no residencial Oiticica 1, no Benedito Bentes, que conquistou a partir das políticas públicas de habitação da cidade de Maceió.
“Isso aqui é um sonho. Quando eu passo na [região da] Lagoa chego a me emocionar”, os instantes de silêncio após pronunciar a frase logo são substituídos por um suspiro forte, dado por Danubia. Ela levanta e apresenta os cinco cômodos distribuídos em 45m². “Eu amo a minha casa, ela é perfeita”, conta com alegria ao mostrar o acabamento do imóvel.
A história de Danubia é uma entre as 1.500 chefes de famílias que tiveram suas vidas transformadas após serem contempladas com a casa própria. Só este ano foram entregues em Maceió três conjuntos residenciais: o Vale Bentes 2, Oiticica 1 e Oiticica 2, (com quinhentos apartamentos cada).
Além destes, o Município está erguendo mais dez residenciais, espalhados pelos bairros do Benedito Bentes, Vergel do Lago, Santa Amélia e Santos Dumont. Ao todo, serão mais de 27 mil pessoas de baixa renda contempladas com um novo lar na capital.
Os apartamentos têm em média 45m², distribuídos em cinco cômodos, com sala cozinha, banheiro e dois quartos. Os espaços também dispõem de áreas de lazer, parques infantis, quadras de esportes, salões de festa, áreas verde, bicicletários e ciclovias.
O prefeito JHC não esconde a alegria em fazer parte desta mudança de realidade. “É uma responsabilidade muito grande quando construímos complexos como esses, porque o Poder Público também tem que chegar perto e não podemos só entregar essas residências temos que trabalhar a dignidade dessas pessoas. E é isso que nós estamos fazendo, dando uma nova roupagem, uma nova cara a esses residenciais”, explicou.
Para a professora da Ufal, Débora Cavalcanti, as políticas públicas de moradia são essenciais, em termos de desenvolvimento social e econômico de forma justa, inclusiva e sustentável. Para ela, uma cidade onde as necessidades habitacionais são supridas, a qualidade de vida melhora exponencialmente.
“O direito à moradia envolve questões relacionadas com o direito à cidade: lugar de descanso, mobilidade, saneamento, trabalho, lazer, integração com os demais e com a natureza, qualidade de vida e justiça. Como direitos, devem ser garantidos pelo estado com a colaboração do setor privado, dos trabalhadores e da sociedade em geral. Portanto, são fundamentais as políticas públicas de moradia, no seu sentido amplo, para o desenvolvimento urbano, pois sem elas não há cidade”, explicou a professora.
Situação que é vivenciada pela comerciante Cícera Rodrigues, que mora no Vale Bentes 2. Ela conta que sair do aluguel – após mais de 50 anos – para o seu próprio lar é uma experiência única. “Eu me sinto outra pessoa. Eu costumo dizer que eu moro em um ‘Aldebaran’. Antes eu limpava [as casas do] Aldebaran das pessoas, agora eu limpo o meu Aldebaran”, conta sorridente dona Cícera.
Assim como Danubia e dona Cícera, os maceioenses de baixa renda estão sendo cadastrados pela Secretaria Adjunta de Habitação Popular, após serem encaminhados pela Defesa Civil de Maceió e Secretaria Municipal de Assistência Social.
Projetos sociais nas comunidades
Um dos projetos que está sendo pensado para o crescimento urbano da capital é o Favela 3D, que trará geração de renda e desenvolvimento social às famílias que vivem em situação de extrema pobreza na região da orla lagunar.
A iniciativa será desenvolvida pela prefeitura de Maceió em parceria com a ONG Gerando Falcões. O projeto incidirá na região a partir de três pilares: comunidade digital, digna e desenvolvida. A tríade será aplicada por meio de diversas ações que estão sendo pensadas a partir das potencialidades locais.
Fonte: Secom Maceió