11/04/2022 às 20h10min - Atualizada em 11/04/2022 às 20h10min

Fraude é descoberta em plano de recuperação judicial da OAM

Por Redação - Rodrigo Gomes
Rede alagoana de notícia

No próximo dia 12, o futuro da Organização Arnon de Mello será decidido. Mais de 500 credores se reunirão para decidir se aceitam o plano de recuperação judicial para a quitação de um débito de mais de R$64 milhões, que é uma pequena parcela da dívida do grupo comandado por Fernando Collor, conhecido atualmente em Alagoas por devedor. 

Mas como tudo se espera de Collor, uma parte do grupo de credores tem apontado algumas irregularidades no processo de recuperação judicial, que corre na 10ª Vara Cível de Maceió.

O motivo? O plano de pagamento que foi apresentado possui uma série de vantagens à OAM. Mais uma vez, Collor tenta passar a perna para tirar vantagem mesmo devendo tudo e mais um pouco.

Além disso, dez credores questionam a razão pela qual alguns trabalhadores receberam parte dos valores antecipadamente e mesmo assim terão direito a voto na assembleia que pode resultar na falência no grupo de comunicação —que inclui a afiliada TV Globo no estado. O senador Fernando Collor (Pros) é o sócio majoritário da OAM. As denúncias serão apuradas pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), que recebeu o relato dos credores na quinta-feira (7) e determinou a instauração de notícia de fato para  investigar as supostas irregularidades durante a recuperação judicial.

A OAM se diz amparada pela lei e Collor se manteve em silêncio.

Acontece que parte dos credores aceitou um valor deságio, que é a diferença entre o valor real e o nominal de um ativo. Faltando apenas uma pequena parcela a ser paga.
 

Para um dos credores, que conversou com o UOL, faltou união e orientação jurídica para que esses trabalhadores não aceitassem a proposta com tamanho deságio. “Muitos não sabiam o que fazer e acabaram aceitando algo extremamente desvantajoso não só para eles, mas para todos”, diz. Nesses mais de dois anos de processo, o MPAL (Ministério Público de Alagoas) não atuou. O promotor natural do caso declarou suspeição, e um segundo indicado declarou-se impedido. Até agora, nenhum parecer foi emitido.

Fernando Collor agora espera, mais uma vez, o momento de passar a perna naqueles que, durante anos, dedicaram seu tempo de trabalho ao grupo OAM.

Enquanto isso, o político ostenta luxo e poder.

Tipo de débitos e classe que vão à assembleia:

Trabalhistas (ex-funcionários): 291 credores R$ 36.150.866,36 devidos

Quirografários (formado por aqueles que têm de provar o direito a crédito):

189 credores

R$ 26.740.998,36 devidos

Microempresas e empresas de pequeno porte: 79 credores

R$ 1.630.428,06 devidos

Vale ressaltar que uma empresa em recuperação pode até negociar valores antecipados extrajudicialmente, mas o pagamento só poderia ser efetuado com a aprovação de todos e nos termos do plano —que vai decidir uma regra de pagamento uniforme para todos, o que não aconteceu. 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »